Costumo dizer que quando eu escalei foi a primeira vez que meditei de verdade. Não consigo me lembrar, antes disso, de viver momentos com tanta PRESENÇA. E era isso que eu buscava. Desde sempre eu repetia uma frase: “eu quero viver”. Entendi o que era viver quando me relacionei com a rocha cara a cara.

Foi um contato tão puro e intenso comigo mesma que virou minha vida de cabeça pra baixo. Trouxe à tona os melhores e os piores sentimentos. Alegrias estampadas e frustrações escancaradas.

Viver é bem diferente de sobreviver. Eu sabia que não estava nesse mundo somente pra sobreviver.

Aos 24 anos eu entrei em contato com esse esporte que se tornaria grande parte da minha vida e me mostraria o “caminho” que eu tanto buscava.

Quase que sem querer, por um desses acasos da vida, cheguei ao ginásio para fazer uma aula avulsa de escalada. Sob nenhuma hipótese eu imaginava ser possível escalar na rocha, achava que isso estava muito longe da minha realidade. Estava errada, sorte a minha.

Um mundo novo se abriu a partir daí. E que delícia que foi esse início, as pessoas novas, as viagens, a simplicidade, a essência. Descobri que a cidade que eu frequentei durante toda a minha adolescência, Pirenópolis, abrigava um dos melhores picos de boulder do país. Esse lugar se tornou minha casa.

Como diria uma grande amiga, a vida é um eterno QUEM DIRIA. Quem diria que a escalada iria me ajudar a compreender a dinâmica da vida.

2018-10-04T12:53:38-03:00

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